pinceladas vivas

um blog mantido por José Rogério da Apresentação

Wednesday, February 15, 2006

Pinceladas Vivas - 7

Namorados fomos, namorados somos

Com o aproximar do 14 de Fevereiro, as cores vermelhas do São Valentim começam a inundar as lojas comerciais, os Hiper e os Centros Comerciais. Misturados com os tons audazes da época carnavalesca, os bailes (das debutantes, das máscaras, dos clubes e Filarmónicas, as danças e os bailinhos da Terceira, e os do Coliseu Micaelense), as fantasias e as fitas de cores diferenciadas, os assaltos e as batalhas das limas, os sacos de farinha e de água, os fraques e os vestidos vaporosos, os corsos e as malassadas, nesta quadra aparece também o tempo dos namorados, os corações e as rosas vermelhas com amor, os “bouquets” e as prendas com desejos de paixão eterna.

Coincidente ou não, o São Valentim, santo e padroeiro dos namorados que foram e que são, anda todos os anos misturado com o tempo dos foliões. O negócio do São Valentim e do Carnaval, todos os anos prospera mais. Apesar da crise.

Não há ninguém que não faça festa, a não ser os tristes, os deserdados, aqueles que choram as suas desditas ou os seus entes queridos que partiram. Os outros, todos os outros, desdobram-se num afã de comprar os bilhetes para os bailes, de adquirir as roupas condignas, de conviver uns com os outros nos jantares de amigos e de amigas, de compadres e de comadres, sempre suculentos e bem regados.

O Santo dos eternos namorados traz consigo no meio desta profusão de cores em tons de vermelho vivo, também poemas lindíssimos com promessas de paixão vibrante. Navega-se na Internet, fazendo “downloads” com os motivos mais diversificados, compondo cartões magníficos para oferecer ao namorado ou à namorada.

Em cada canto das ruas da minha cidade, há bancas de flores alusivas a este dia. E não há “bicho careta”, tenha lá a idade que tiver, que não compre um ramo, mais ou menos trabalhado e perfumado, para oferecer à sua “cara metade”.

Tempo de crise, de desemprego, de falta de dinheiro, qual quê? O tempo de aforrar há-de vir depois, quando passar o Carnaval. Ou não é verdade, que esta vida são 2 dias e o Carnaval são 3? Ah, está bem, já me esquecia, depois da Quaresma, que são 4o dias, e depois que a Páscoa é passada, vêm as férias e o tempo de praia. Depois, depois disso, é que havemos de começar a poupar qualquer coisita, para acautelar a invernia.

Mas São Valentim é São Valentim, Carnaval é Carnaval, e isto de namorados não é só para a malta jovem. Isso também é para a rapaziada mais entradota na idade, porque namorados somos todos, o amor renova-se em cada dia que passa. Os namorados que fomos naquela época de adolescentes com a cabeça cheia de sonhos e de projectos cor-de-rosa, são os namorados que continuamos a ser hoje, em cada dia.

Um beijinho, pois, doce e ternurento, à minha bem amada.


José Rogério da Apresentação
Original escrito em: Ponta Delgada, 10.02.2006
Actualizado em: 16.02.2006

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